Meus olhos se encharcam de água salgada.
São lágrimas a escorrer por gente que sofre.
Minha garganta responde atando um nó;
Com ele, tento manter bem dentro de mim a dor que quer sair.
Eu queria poder transformar minhas lágrimas em água sã.
Pra inundar os desertos de tanta gente que se secou.
Eu queria desatar o nó que faz minha garganta apertada;
E mandar pra bem longe daqui a dor que é de todos nós.
A dor de ver tanta gente perdida.
Gente que não achou a alma e ainda perdeu a vida que tinha;
Gente que não achou a alma e nem a vida que tem;
Gente que salvou a alma e perdeu a graça pela vida;
Gente que até acha graça na vida, mas o mundo não tem alma e nem coração.
Gente que lutou e se cansou;
Gente que cansou mas nunca lutou.
Eu queria poder transformar minhas lágrimas em água sã.
Pra inundar os desertos de tanta gente que se secou.
Eu queria desatar o nó que faz minha garganta apertada
E mandar pra bem longe daqui a dor que é de todos nós.
A dor de ver tanta gente perdida.
Gente perdida e distante de Deus;
Gente perdida na casa de Deus.
Gente que espera não sabe de quem;
Gente que espera de quem não tem.
Meus olhos se encharcam de água salgada;
São lágrimas a escorrer por gente que sofre.
Minha garganta responde atando um nó;
Com ele, tento manter bem dentro de mim a dor que quer sair
Eu mostro meus olhos e o meu coração pra Deus
Ele me acha, me dá graça e põe em mim um desejo de cantar
• Afa Neto é baiano da Chapada Diamantina. Teólogo e especialista em ética, subjetividade e cidadania, é casado com Diana e pai de Leo e Ainá. O que mais gosta de fazer é tocar seu violão, compor e escrever. Conheça seu blog pessoal.